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Plano de Gestão Escolar – Por que a dificuldade em construir?

  • Foto do escritor: Profa. Dra. Patrícia Rodrigues
    Profa. Dra. Patrícia Rodrigues
  • 29 de jan.
  • 3 min de leitura

Nos últimos três anos, tenho acompanhado gestores e futuras gestoras na elaboração do Plano de Gestão Escolar (PGE). A cada novo ciclo, percebo que a maior dificuldade não está na escrita em si, mas na compreensão do propósito desse documento.


Imagem gerada por IA
Imagem gerada por IA

O PGE ainda é visto, por muitos, como um requisito burocrático para o processo seletivo, e não como uma ferramenta real de planejamento. Isso explica por que tantas vezes ele é esquecido depois da aprovação – ele nunca foi pensado para ser, de fato, um guia de gestão.


A busca por modelos prontos: aprendizado ou armadilha?


É natural buscar referências. Quando nos deparamos com um desafio novo, olhar para o que já foi feito nos ajuda a estruturar nossas próprias ideias. E quando se trata do PGE, essa prática pode ser positiva, desde que o objetivo seja aprender com os diferentes formatos e perspectivas.


O problema acontece quando a busca por modelos prontos se torna um atalho, uma forma de resolver rapidamente o que deveria ser um processo reflexivo e estruturado.

Já vi gestores passarem horas comparando planos de diferentes redes, copiando trechos, ajustando textos… e, no final, entregarem um documento bem escrito, mas sem conexão com a realidade da escola.


E quando esse gestor assume o cargo, percebe que tem um plano cheio de metas genéricas, que não dialogam com o contexto da equipe, dos estudantes e da comunidade. Resultado? O PGE vira apenas um arquivo arquivado, sem qualquer impacto real na gestão.


A falha na formação: (quase) ninguém ensina a fazer um PGE


"Na maioria dos casos, na formação inicial (graduação) e continuada (pós-graduação), não se mostra como fazer ou o porquê do PGE." Essa é uma realidade que impacta diretamente a maneira como muitos gestores e gestoras lidam com esse documento.


Se, na formação, o plano de gestão escolar não é tratado como um instrumento estratégico, como esperar que, na prática, ele seja visto dessa forma?

Muitos profissionais chegam ao cargo sem nunca terem elaborado um PGE, sem entender sua função real na rotina escolar e, pior, sem clareza sobre como utilizá-lo para tomar decisões e conduzir sua equipe.


Essa lacuna faz com que o plano seja encarado como algo distante, complexo, algo que se faz porque "precisa", mas que não se sabe ao certo como aplicar no dia a dia. E é justamente aí que reside um dos maiores desafios da gestão: a falta de um planejamento que realmente funcione.


PGE: um plano vivo, não um documento engavetado


O Plano de Gestão Escolar não deve ser apenas um passo para a posse no cargo. Ele precisa ser um mapa estratégico, um instrumento que organize prioridades, alinhe ações e envolva a equipe na construção da escola que se deseja. E, para isso, ele não pode ser tratado como um arquivo estático, que se preenche uma vez e depois se esquece.


É papel do gestor, da gestora, tornar o PGE um documento vivo, presente no cotidiano da escola.

Isso significa revisá-lo, discuti-lo com a equipe, fazer ajustes conforme a realidade muda. Mas, para que isso aconteça, é necessário um esforço constante de convencimento. Sim, convencer as pessoas da importância do plano é parte essencial do trabalho. Sem isso, ele se torna apenas um documento solitário, sem força para transformar a prática da gestão.


Um PGE bem estruturado dá segurança para a tomada de decisões, evita a improvisação constante e permite que a escola avance com direção. Ele não pode ser visto como um obstáculo ou uma mera formalidade. Precisa ser entendido como uma ferramenta de gestão (talvez a mais importante!).


Se o Projeto Político-Pedagógico (PPP) é o plano que guia a escola, o Plano de Gestão Escolar (PGE) é o plano que guia o gestor. É ele que traz clareza ao caminho, organiza as prioridades e estrutura as ações para alcançar a escola que se deseja. Mais do que um documento exigido no processo seletivo, ele é um compromisso com a escola e com as pessoas que fazem parte dela.


E compromisso, na gestão, não pode ser apenas uma assinatura ao final de um documento. Precisa ser traduzido em ações concretas, em liderança real e em uma visão clara de onde se quer chegar.


Se o PGE é o plano que guia o gestor, a pergunta que fica é: para onde você quer levar sua escola?


Você tem um plano que realmente reflete a realidade e os desafios da sua gestão ou apenas um documento pronto para aprovação? Seu PGE está na gaveta ou no centro das suas decisões?

Mais do que escrever um bom plano, é preciso fazer dele um compromisso vivo, que inspira, direciona e transforma a escola no dia a dia.

 
 
 

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